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Apesar da muita investigação, pouco se sabe da vida de Santa Filomena antes da descoberta do seu célebre tumulo nas Catacumbas de Priscilla, em Roma. A única informação que nós temos sobre a vida da Santa derivada da revelação que ela fez á Serva de Deus, Irmã Maria Luísa de Jesus, sua fervorosa devota, no dia 3 de Agosto de 1833. Falando com a Santa Irmã enquanto ela estava em oração perante a sua estátua, a Santa contou detalhadamente toda a sua vida.
24 de Maio, 1802 – Um Tumulo é Descoberto
Para começar a contar a história, deixe-nos pintar um breve quadro dos Tempos. Revolução, guerra, fome, ateísmo, perseguição tinham atingido fortemente a Europa durante o século dezoito, e a heresia fria Jansenista tinha tocado e murchado o vigor espiritual dos católicos. O único espírito que florescia em tais circunstâncias, parecia, ser o espírito de auto-suficiência. Os homens estavam bem contentes de não acreditar em nada salvo nas suas próprias habilidades. Eles falavam acerca dos direitos do Homem, significando o direito de qualquer homem de pensar como quisesse.
Nestes dias ferozes de perseguição, os cristãos primitivos foram obrigados a executar os ritos sagrados da sua santa religião nas cavernas subterrâneas (criptas.) que se estendem a todo o lado da Cidade Eterna, mas que se aglomeraram mais densamente do lado sudeste, perto da via Appain e da via Ardeatine. Estas cavernas que durante muito tempo se acreditou terem sido originalmente meras covas de areia, areais, em cuja areia se cavava com o propósito de construir, são comprovadas para além de toda a dúvida terem sido construídas por elevado preço, por famílias Cristãs nobres e abastadas como lugares de enterro. As Catacumbas, como são chamadas, foram durante três séculos consecutivos os lugares onde os fiéis tinham os seus templos e altares; onde eles se encontravam para rezar em comum e onde os Pontífices celebravam "A Assembleia", ou o Santo Sacramento da Missa. Elas também estavam em constante uso até á cessação da perseguição, e mesmo em 410 D.C como sendo o último lugar de descanso dos santos e mártires. Nas terríveis interrupções dos Góticos e Lombardos, muitos destes cemitérios, especialmente da Via Salária, eram sacrilegamente saqueados dos seus tesouros sagrados e em parte destruídos.
Quando surgiram tempos mais felizes - no começo do oitavo século e culminando com Papa S. Pascoal - todas as relíquias dos Papas e principais e confessores que até então estavam nas Catacumbas foram transferidas para uma maior segurança, para as igrejas de Roma. Á medida que o tempo passou as Catacumbas foram abandonadas e em grande parte fechadas, e o conhecimento da sua existência perdeu-se juntamente com elas, até que elas foram acidentalmente redescobertas por um trabalhador no ano de 1578. Mesmo nessa altura elas parecem ter sido deixadas desprotegidas, e foi dada permissão aos fiéis para levarem as relíquias que escolhessem. Mas por uma providência especial de Deus o tumulo sagrado de Santa Filomena passou desapercebido e imperturbado até que Ele quisesse nestes dias posteriores revelar a sua glória ao mundo inteiro.
Contudo, a história começa de forma bastante simples, ainda que talvez um pouco pateticamente. No dia 24 de Maio de 1802, os trabalhadores tinham acabado de voltar ás escavações anteriormente começadas numa cova de tufos num cemitério subterrâneo dedicado à família de Priscilla (a antiga Catacumba de Santa Priscilla), no subsolo da estrada que sai da Porta Salária, de Roma para Ancona.
Trabalhando na escuridão, um escavador alcançou o centro da catacumba não longe da Capela grega, e muito perto dos maiores iluminados, onde estava a limpar a areia solta que tinha caído de um local das galerias do nível superior, quando a ponta bateu numa superfície cimentada.
Após um exame mais aprofundado á superfície cimentada mostrou tratar-se dumas placas que normalmente encerrariam uma morada e, como previamente instruído por Msgr. Ponzetti, Guarda das Sagradas Relíquias, cessou-se imediatamente a escavação.
25 de Maio de 1802 – Um tumulo é Revelado
O padre Filippo Ludovici, inspector do Vaticano para a escavação, foi informado, e no dia seguinte, 25 de Maio de 1802, o padre Ludovici acompanhado por vários observadores desceu á catacumba, e testemunhou a total descoberta da morada, onde com a remoção de areia, foram reveladas três placas funerárias (as placas foram oferecidas ao Santuário no dia 14 de Agosto de 1827 pelo Papa Leão XII) que continham um epitáfio vermelho pintado à mão. Cada placa media aproximadamente 50 cm de lonjura e tinham um comprimento total de 1.74 cm (5 pés e 9 polegadas).
A inscrição pintada nas três placas funerárias aparecia da seguinte forma: placa um - LUMENA; placa dois - PAXTE; placa três - CUM FI. A morada foi documentada por Msgr. Ponzetti, Guarda das Sagradas Relíquias, como contendo "FILUMENA," uma interpretação do epitáfio consistente com os costumes antigos de iniciar inscrições a partir da segunda placa e com o contexto etimológico lógico. O resultado é uma leitura completa do epitáfio como "PAX TECUM FILUMENA."
Esta inscrição funerária apresenta as características distintas dos tempos Apostólicos, raramente encontradas em outros cemitérios mais recentes do que o de Priscilla.
8 Iunii 1805
Dono dedi Ven. Ecclesiae Archipresbyterali terrae Mugnano Dioecesis Nolanae corpus Sanctae Christi Martyris
FILUMENAE
Nominis proprii sic picti in tribus Tabulis laterariis cinabro
LUMENA PAXTE CUM FI
in pulverem et in fragmina redactum per me infrascriptum Custodem extractum cum vasculo vitreo fracto ex Coemeterio Priscillae Via Salaria Nova die 25 maii 1802, quod collocavi in capsula lignea charta colorata cooperta et consignavi Illmo Dominico Caesari pro Illmo et Rmo D. Bartholomaeo de Caesare Epo Potentino.
HYACINTHUS PONZETTI, Custos.
Além da inscrição, tão eloquente em sua simplicidade, as placas sepulcrais exibiam certos símbolos, inclusive símbolos de martírio. Havia uma âncora, e uma seta apontando para cima, uma palma, debaixo da palma outra âncora, um dardo apontando para cima, outra seta apontando para baixo, e um lírio.
Os estudantes de símbolos Cristãos geralmente concordam com a interpretação destas figuras nas placas. Os emblemas respiram a linguagem da fé e da esperança.
Na âncora há uma semelhança à cruz, o sinal de fé em Cristo. Na antiguidade grega e romana há menção à âncora sagrada. A âncora também significa esperança, refúgio, e preservação de vida. Na lenda da mártir Filomena há uma passagem acerca da ira do imperador romano quando uma âncora que ele tinha atado ao pescoço da menina ficou presa na lama do Rio Tibre. Outros santos, inclusive o Papa Clemente, sofreu o martírio tendo uma âncora amarrada ao pescoço e sendo lançado ao mar. Os Imperadores Trajano e Tibério decretaram esta forma de brutalidade.
Durante trinta anos os milagres continuaram a aumentar em número em Mugnano, e a glória da Taumaturga encheu o Universo. Vários apelos dirigiram-se á Santa Sé para que um dia de festa pudesse ser estabelecido, e um óficio e Missa fossem permitidos em sua honra.
"Seguramente, minha filha", respondeu o augusto pontifice, "pois esse seria realmente um milagre de primeira classe". Este milagre aconteceu.
No regresso dela a Roma, o Soberano Pontifice queria que a Senhorita Jaricot lá ficasse um ano inteiro até todas as dúvidas acreca da cura completa serem supridas. Então, num decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, confirmada pelo Papa no dia 30 de janeiro de 1837, a festa de Santa Filomena foi estabelecida como sendo o 11 de Agosto.
Eis um breve resumo do milagre:
- Damien de Veuster dedicou a sua primeira capela em Molokai á jovem santa. Santa Madalena Sofia Barat invocou constantemente Filomena durante dificuldades no estabelecimento das suas sociedades, e atribuiu a cura milagrosa de uma noviça agonizante à sua intercessão.
As duas setas que apontam em direcções opostas significam tormento semelhante ao que Tibério exerceu em São Sebastião.
Na remoção das placas na cavidade de trás, foram descobertos os restos de um enterro que a autoridade competente pronunciou serem os de uma jovem menina com cerca de treze/quinze anos de idade. A cabeça era pequena e estava muito fracturada, mas os ossos principais estavam inteiros. Os Cirurgiões averiguaram o tipo de feridas infligidas. Os Médicos examinaram o esqueleto - os seus pequenos ossos inquebrantados, crânio fracturado, as órbitas oculares. A moça tinha sido lancetada.
No fundo da morada estava um pequeno frasco ou vaso com os lados semi-quebrados no qual estava embutido um pó de cor enegrecida que indicando sangue que se agarrou aos fragmentos do vaso, e com a mais pequena porção do frasco ainda intacta e firmemente embutida no cimento. Era indubitavelmente sangue que tinha sido recolhido no momento da morte da mártir, de acordo com o costume dos Cristãos durante as perseguições, e colocado com os restos como um testemunho da sua morte pelo martírio. Já em 1668 a Congregação das Indulgências e Relíquias tinha decidido que a autenticidade de uma verdadeira relíquia de um mártir dependia de alguma forma de encontrar o frasco ou vaso enchido com o sangue do mártir. A mesma congregação renovou a decisão em 1863.
Este sangue soltou-se dos pedaços quebrados do frasco ao qual aderiu, e foi colocado cuidadosamente numa urna de cristal. Aqueles que estavam presentes, entre os quais estavam homens de grande sabedoria do Tribunal de Investigação, ficaram estupefactos com uma estranha reacção química quando estas pequenas partículas de sangue assim que ficaram expostas ao sol, brilharam como ouro ou prata polida, ou luziam como diamantes e jóias preciosas, ou, ainda, resplandeciam com todas as cores do arco-íris. A mudança química do sangue convenceu os dignitários da Igreja de que uma nova estrela tinha surgido entre os miraculosos. O cardeal Ruffo Scilla, que renovou os selos do novo relicário após o sangue da Santa, ter sido salvaguardado no frasco de cristal, depôs nele a autenticação: "E nós vimos o sangue dela tornar-se em várias pequenas pedras preciosas brilhantes de várias cores; também em ouro e prata."
Este fenômeno extraordinário continua até ao dia presente.
Os restos preciosos foram reverencialmente colocados numa caixa de madeira, forrada com seda e cheia com algodão fino, e foram transferidos para a Custódia Geral, ou Tesouro das Sagradas Relíquias onde permaneceram durante três anos.
10 de Agosto de 1805 – Transferência das Relíquias de Roma para o Santuário de Santa Filomena, Mugnano del Cardinale, Itália.
Os restos de Filomena partiram de Roma no dia 1 de Julho de 1805 e chegaram a Mugnano no dia 10 de Agosto de 1805 onde permaneceram desde a transferência.
Em 1805, a Inglaterra em guerra com a França, porque a França tinha andado em intrigas com a Irlanda, e a Escócia tinha tentado invadir a Inglaterra e tinha tido planos no Império indiano. Napoleão, que tinha sido o Comandante supremo do Exército francês que invadiu e conquistou a Itália, era agora o Imperador dos franceses.
Naquele verão, o Bispo-eleito de Potenza foi para Roma para ser consagrado, e também para felicitar o Papa, Pio VII, no seu regresso de França, em nome do Rei de Nápoles, o espanhol Don Carlos. Levou com ele como seu capelão, um santo padre missionário que servia a paróquia de Mugnano a norte de Nápoles, e o nome deste padre era Don Francesco De Lúcia. Don Francesco, piedoso e culto padre, nasceu em Mugnano del Cardinale no dia 19 de Setembro de 1772. Ele completou os seus estudos na Congregação do SantÍssimo Sacramento de Lucera. Ordenado padre ordenado no dia 19 de Setembro de 1796, abriu em Nápoles uma escola de filosofia e literatura. Ele ganhou rapidamente a estima e afecto das distintas pessoas napolitanas em ciclos de educação. Entre estes estava o Venerável Jesuíta, Servo de Deus, Guiseppe Maria Pignatelli.
Don Francesco tinha o coração pesado. A paróquia dele estava infestada de idéias revolucionárias, ressentimento contra a autoridade da Igreja, incredulidade, imoralidade. A esperança secreta dele era conseguir que o Bispo usasse a sua autoridade para lhe adquirir as relíquias de um mártir - um santo que voltaria com ele e o ajudaria com a sua paróquia que só um santo poderia converter. Ele sabia exactamente o que queria - um virgem mártir cujo nome fosse conhecido.
O Guarda da Custódia Geral, que Don Francesco rapidamente adquiriu permissão para visitar, ficou evidentemente tocado por este devoto e humilde padre, e disse que o ajudaria a adquirir o que ele queria, e disse-lhe que escolhesse entre as relíquias que estavam na Custodia. Por volta dos meados de Maio, Don Francesco foi levado para a Casa do Tesouro das Relíquias que estava sob os cuidados de um digno guarda, Monsenhor Don Giacinto Ponzetti. Aí estavam treze mártires, mas só se conheciam os nomes de três - um era uma criança, outro um adulto, e havia então 'Filumena.' Ele tinha querido em primeiro lugar um virgem mártir, mas quando se colocou diante da caixa que continha as relíquias de Filomena, ele sentiu-se cheio de alegria espiritual, o peso do coração partiu como se por instantes ela lho tivesse levado. Esta era indubitavelmente a ajudante que ele queria! O Guarda prometeu arranjar forma de ele a obter. Imaginem a sua decepção, quando veio a resposta oficial de que os corpos de mártires cujos nomes eram conhecidos eram tão poucos, que uma vez que tinham sido achados deviam ser guardados para igrejas ou dioceses especiais!
A tristeza dele voltou, redobrou. Roma não é o melhor lugar no qual passar o verão - ou pelo menos nesses dias não era, quando os pântanos do Campagna não tinham sido escoados. E com o trabalho redobrado e preocupação, e com o calor, e a decepção, Don Francesco perdeu o sono, o apetite e a saúde. Um amigo ofereceu-lhe as relíquias de outro mártir sem nome para o confortar, mas ele tinha metido na cabeça que era Filomena ou mais ninguém que podia converter a sua paróquia. E uma noite, quando ele ardia em febre e não havia nem uma brisa de ar fresco que lhe devolvesse o sono, ele prometeu desesperadamente que se Filomena o fizesse dormir, ele a tomaria como sua padroeira e faria tudo para a trazer para Mugnano. A sua febre deixou-o; ele entrou num sono refrescante, e despertou na brilhante manhã Romana em plena saúde.
Isto foi decisivo. Filomena queria vir com ele tanto quanto ele queria obtê-la. Nessa altura, ele foi até ao Bispo recentemente consagrado, e pediu-lhe que usasse a sua influência. Quando o Bispo ouviu a história, concordou que a pequena santa parecia querer vir para Mugnano, e juntou o seu pedido ao de Don Francesco, resultado que o Bispo não pôde recusar. O Guarda agiu alegremente na permissão que recebeu para entregar as relíquias, dizendo que tinha a certeza que Filomena desejava ir para Mugnano e fazer milagres lá.
Alegremente, o bom Bispo e Don Francesco tomaram posse do precioso caixão, e determinaram trazer Filomena para Nápoles e que com muitas orações e toda a honra, o caixão fosse colocado na frente da carruagem Episcopal.
O cortejo deu-se na pequena cidade, no domingo 10 de Agosto, e na vigília, tocaram-se os sinos alegremente para anunciar o evento da manhã. Ao amanhecer do dia, um mensageiro foi enviado pelo próprio Don Francesco para proclamar que o corpo sagrado estava vindo. Logo uma excitação incomum reinou, e podiam ver-se multidões vindo de todas as direcções ao seu encontro e para dar as boas-vindas. O dia seria registado como um dia memorável nos arquivos de Mugnano. Mais de quarenta padres nas suas vestes mais ricas, os sócios das várias confrarias e representantes das paróquias vizinhas chegaram em procissão exibindo bandeiras. A estrada estava coberta com ramos de oliveira e flores primorosas. E quando se avistou o corpo da santa, os sinos foram ouvidos "regando o ar com santos sons", a música escolhida adicionou-se os seus encantos à alegria; as bombas e armas entrosavam o seu som de trovão com o concerto imponente; grupos de jovens rapazes e jovens raparigas uniram-se cantando hinos e cantigas em sua honra. Depois de entrar na cidade o cortejo levou duas horas a chegar à igreja de Nossa Senhora das Graças. Quando chegou, o corpo sagrado foi depositado sob uma cúpula triunfal perto do lado do Evangelho do altar mor, e a grande Missa Solene foi cantada.
Don Francesco de Lúcia, para dar uma base sólida e profunda à devoção à santa, fundou a Associação das Crianças de Santa Filomena. Ele foi o primeiro reitor do santuário e o guarda mais vigilante dos santos restos da santa. Ele dedicou a sua vida sacerdotal á glória de Deus e pelas almas. Após 41 anos de incansável apostolado na propagação da devoção a Santa Filomena em todo o Reino das Duas Sicilias, adquirindo a consideração dos cardeais e bispos, rendeu a sua grande alma a Deus no dia 9 de Abril de 1847.
30 de Janeiro de 1837 – O Papa Gregório XVI Confirmou a Festa de Santa Filomena Estabelecida a 11 de Agosto.
Durante trinta anos os milagres continuaram a aumentar em número em Mugnano, e a glória da Taumaturga encheu o Universo. Vários apelos dirigiram-se á Santa Sé para que um dia de festa pudesse ser estabelecido, e um óficio e Missa fossem permitidos em sua honra.
Em 1835, Paulina Jaricot, Fundadora da Grande Instituição Social laíca Francesa de apoio ás missões, proagação da Fé, e também fundadora da Associação do Rosário Vivo, e de outros bons trabalhos, estava perto de morrer. Ela sofria de uma doença do coração que lhe tinha afectado a saúde durante alguns anos e que a fazia sofrer de frequentes ataques ao coração. Ela não tinha podido andar durante o ano prévio e mais um quarto de ano. A lenta deterioração conduzi-a para a morte. Os Doutores tinham desistido do caso dela sem esperança.
Puxada por uma atracção irresistível, ela quis visitar Roma e o Santo Padre. Quando ela chegou a Roma depois de uma viagem terrível, o estado dela era tal que não podia ir para o Vaticano, e foi o Santo Padre que a foi visitar no convento de Trinita dei Monti. A jovem senhora perguntou a Gregório XVI se ele aprovaria o culto de Santa Filomena, se ela fosse curada pela santa.
"Seguramente, minha filha", respondeu o augusto pontifice, "pois esse seria realmente um milagre de primeira classe". Este milagre aconteceu.
No regresso dela a Roma, o Soberano Pontifice queria que a Senhorita Jaricot lá ficasse um ano inteiro até todas as dúvidas acreca da cura completa serem supridas. Então, num decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, confirmada pelo Papa no dia 30 de janeiro de 1837, a festa de Santa Filomena foi estabelecida como sendo o 11 de Agosto.
Eis um breve resumo do milagre:
Na noite de sábado 9 de agosto de 1835, vigília da festa da Transladação de Santa Filomena, durante as Vésperas Solenes, uma senhora francesa foi vista a chegar acompanhada pelo seu capelão, uma empregada e um criado. Estes dois ultimos, com muita dificuldade, desceram a sua querida patroa da carruagem para uma cadeira, e a levaram-na pela multidão aos pés do altar do Relicário onde ela permaneceu em oração até ao fim do seu funcionamento.
Após 15 meses de sofrimento, a senhora estava pálida, esgotada e fraca. Estando nas fases finais da doença de coração, ela assemelhava-se a um cadáver mais do que a uma pessoa viva!
O dia seguinte, o 10º, ela foi levada ao Santuário várias vezes para participar em várias Missas e receber a Sagrada comunhão. Ela assistiu á missa da Noite tal como fez na segunda-feira. O triste estado dela foi observado por vários doutores de Nápoles que tinha vindo para as celebrações do dia de festa.
Até àquela noite ela não dera nenhum sinal de melhoria apesar dela revelar depois que se tinha sentido curada durante a Comunhão, mas que tinha medo de o anunciar por causa da comoção que as pessoas fariam. Porém, depois da Bênção do Santíssimo Sacramento, quando as pessoas tinham saído, ela subiu e voltou para os seus aposentos sem ajuda. Ela tinha sido verdadeiramente curada. Quando eles rapidamente descobriram, o entusiasmo do público era indescritível. À segunda hora da noite, 9:30 da tarde, naquela estação do ano, os sinos da igreja repicaram, e os gritos de alegria das multidões responderam. A Senhorita Jaricot teve de se mostrar para satisfazer os desejos do povo.
Em jeito de gratidão ela colocou-se ao abrigo das filhas de Santa Filomena: as Pequenas Irmãs de Santa Filomena, e acrescentou ao seu nome Filomena-Maria. A mesma gratidão trouxe-a de volta a Mugnano, em 1839, para uma visita de quatro dias. Após cruéis provações, suportadas com a resignação e serenidade dos Santos, ela entrou no sono dos justos no dia 9 de Janeiro de 1862. O corpo dela descansa na Igreja de São Policarpo, aguardando a honra de ser elevado aos altares. O seu processo de beatificação está em marcha há vários anos.
No dia seguinte, dia 10, ela foi levada para o Santuário várias vezes para participar em várias Missas e receber a Sagrada comunhão. Ela assistiu ao Oficio da Noite tal como tinha feito na segunda-feira. O seu triste estado foi observado por vários doutores de Nápoles que tinham vindo para o dia das celebrações festivas.
No dia 30 de Janeiro de 1837, Gregório XVI emitiu um decreto pontifico solene confirmando o manuscrito da Congregação dos Ritos que autoriza o seu culto público e aprova o seu oficio, Missa do comum das virgens e mártires com uma quarta liturgia vespertina própria em honra de Santa Filomena, virgem e mártir, no dia 11 de Agosto. Esta aprovação papal da devoção litúrgica pública foi concedida primeiro ao clero da Diocese de Nola, e depois foi estendida a outras dioceses, inclusive a de Roma. A quarta liturgia oficialmente inserida no Breviário em honra litúrgica de Santa Filomena no dia 11 de Agosto reconhece a descoberta dos seus restos nas catacumbas de Priscilla, o seu estado de martírio, a expansão rápida da sua devoção popular extensa entre os fiéis devido à sua intercessão milagrosa, e a permissão de Gregório XVI para celebrar liturgicamente o seu oficio e a missa em sua honra (como aqui apresentado):
No dia 30 de Janeiro de 1837, Gregório XVI emitiu um decreto pontifico solene confirmando o manuscrito da Congregação dos Ritos que autoriza o seu culto público e aprova o seu oficio, Missa do comum das virgens e mártires com uma quarta liturgia vespertina própria em honra de Santa Filomena, virgem e mártir, no dia 11 de Agosto. Esta aprovação papal da devoção litúrgica pública foi concedida primeiro ao clero da Diocese de Nola, e depois foi estendida a outras dioceses, inclusive a de Roma. A quarta liturgia oficialmente inserida no Breviário em honra litúrgica de Santa Filomena no dia 11 de Agosto reconhece a descoberta dos seus restos nas catacumbas de Priscilla, o seu estado de martírio, a expansão rápida da sua devoção popular extensa entre os fiéis devido à sua intercessão milagrosa, e a permissão de Gregório XVI para celebrar liturgicamente o seu oficio e a missa em sua honra (como aqui apresentado):
DIE XI AUGUSTI
IN FESTO S. PHILUMENAE
Virginis et Martyris
In II NOCTURNO – LECTIO IV
Inter cetera martyrum sepulcra, quae in coemeterio Priscillae ad viam Salariam reperiri solent, illud exstitit quo repositum fuerat sanctae Philumenae corpus, uti ex tumuli inscriptione, tribus laterculis apposita, perlegebatur. Licet vero inventa fuerit phiala sanguinis, et alia descripta conspicerentur martyrii insignia, dolendum tamen est res ab eadem gestas actaque ac genus martyrii quod ipsa fecit obscura perstitisse. Ceterum ubi primum sacrum hoc corpus, ex beneficentia Pii septimi initio pontificatus ejus acceptum, cultui fidelis populi propositum fuit Mugnani in Nolana dioecesi, ingens illico famae celebritas ac religio erga sanctam martyrem percrebuit, praesertim ob signa quae ejusdem praesidio accessisse undique ferebatur. Hinc factum est ut complurium antistitum cultorumque martyris postulationibus permotus Gregorius decimus sextus pontifex maximus, universa rei ratione mature perpensa, festum ejusdem cum Officio et Missa in memorata Nolana dioecesi et alibi agendum benigne permiserit.
C.M Episcop. Praenest. Card. PEDICINIUS;
S. R. E. Vice- C. S.R.C. Praef.;
V. PESCETELLI S. Fidei Promotor.
Em suma, o Papa Gregório XVI num decreto papal, garantiu aprovação oficial ao culto litúrgico e, assim, o reconhecimento eclesiástico oficial da santidade de Santa Filomena, virgem e mártir. O Pontífice, totalmente consciente da ausência de qualquer relato histórico da santa mártir "Filumena," concedeu-lhe os privilégios da veneração litúrgica pública baseados na fundamentação da grande quantidade de milagres eclesiásticamente documentados e reconheceu-os como tendo acontecido pela sua intercessão directa.
O decreto oficial positivo de Gregório XVI em reconhecimento papal do estatuto de Santa Filomena como merecedora do culto litúrgico reforça a profunda verdade de que muito mais importante do que o relato histórico da vida terrestre de Filomena é o relato histórico e documentado da sua poderosa intercessão pela Igreja como aprovado pelo próprio Deus. Quem quer que seja esta antiga mártir Cristã e o que quer que constituam as circunstâncias particulares da sua vida e da sua morte, Deus está contente com as orações de petição oferecidas em nome de "Santa Filomena" ás quais Ele respondeu generosamente aos fiéis Cristãos concedendo uma abundância de favores divinos.
A abundância histórica de milagres atesta o desejo de Deus de encorajar a devoção à pessoa por detrás do nome de Filomena, apesar da ausência duma história registada da sua vida terrestre. Esta primazia de importância da sua intercessão actual pelo Povo de Deus no nosso tempo sobre os detalhes da sua antiga vida terrestre, foi o que o Papa e a Igreja confirmaram ao elevar Santa Filomena ao nível de veneração litúrgica pública, o começo do seu processo de reconhecimento público como santa e mártir.
Decretos magistrais que pertencem à devoção a Sta. Filomena
Da aprovação litúrgica de Gregório XVI aos decretos papais do S. Pio X, Dezanove actos da Santa Sé no decorrer de cinco pontificados sucessivos foram emitidos em promoção positiva da devoção popular a Santa Filomena expressa sob forma de elevações em grau de culto litúrgico, surgimento de confrarias e arquiconfrarias, e concessão de indulgências plenárias e parciais.
Vários actos da Santa Sé exibem particularmente a aprovação do Magistério e o encorajamento da devoção eclesiástica deste santa Cristã e mártir. Para além da elevação ao grau de missa e oficio previamente concedido por Gregório XVI, Bl. Pio IX aprovou uma missa própria e oficio dedicados a Santa Filomena com a confirmação papal do decreto previamente submetido, Etsi decimo, no dia 31 de Janeiro de 1855, uma significante elevação litúrgica, embora o nome dela nunca tivesse entrado na Martiriologia romana. A garantia de uma missa e oficio próprios a Santa Filomena que se deu após o regresso de Bl. Pio IX de uma peregrinação papal a Mugnano durante o seu exílio forçado de Roma, era um acto sem precedente em honra de uma mártir Cristã conhecida apenas pelo nome e evidência de martírio. Bl. Pio IX também concedeu indulgências plenárias e parciais à devoção em honra de Santa Filomena no Santuário em Mugnano.
* O Papa Leão XIII concedeu aprovação papal à Corda de Santa Filomena com várias indulgências plenárias em associação ao seu uso, e outorgou o título e privilégio de "arquiconfraria" à respectiva devoção Filomeniana e obra em França. O Papa S. Pio X continuou a sucessão papal de encorajamento à devoção publica da Igreja aprovando a extensão da Arquiconfraria de Santa Filomena à Igreja universal.
Muito mais do que um acto papal solitário por parte de Gregório XVI, o Magistério papal encorajou repetidamente a natureza e crescimento da devoção eclesiástica a Santa Filomena, em reconhecimento oficial do seu estatuto de santa, em sanções litúrgicas e devocionais públicas que se estenderam à fé e vida universal da Igreja, e manifestando assim características litúrgicas e devocionais oficiais e essenciais ao seu estatuto de santa como definido pela Igreja.
Testemunhos
- S. João Vianney, para além de qualquer outro santo ou beato, manifestou um expansivo testemunho de fé para com a realidade de Santa Filomena e a sua profunda eficácia intercessora. O Cura, como registrado no processo de canonização, atribuiu todos os milagres documentados em Ars à intercessão de Santa Filomena; afirmou repetidamente ter recebido aparições de Santa Filomena; e atribuiu directamente a sua milagrosa cura pessoal de uma doença grave à intercessão dela.
- O testemunho e cura da Ven. Paulina Jaricot pela intercessão da jovem santa mártir foi notável. S. Pedro Juliano Eymard foi curado de uma doença grave após ter sido instruído por Vianney a rezar uma novena a Santa Filomena. S. Pedro Channel, o primeiro mártir oceânico pregou Santa Filomena e recorreu a ela como sua "auxiliar" no seu apostolado missionário.
- Damien de Veuster dedicou a sua primeira capela em Molokai á jovem santa. Santa Madalena Sofia Barat invocou constantemente Filomena durante dificuldades no estabelecimento das suas sociedades, e atribuiu a cura milagrosa de uma noviça agonizante à sua intercessão.
- Anna Maria Taigi, como relatado nos seus procedimentos de beatificação, aplicou óleo queimado perante o tumulo de santa Filomena no olho do seu neto que tinha sido diagnosticado medicamente com tendo rasgo da pupila do olho, e o olho ficou imediatamente curado. Outros santos e beatos que manifestaram veneração a Santa Filomena foram Sta. Madalena de Canossa, Bl. Bartolo Longo, Bl. Anibal Da Messina, e Bl. Pio IX, que pouco antes da sua morte enviou a Mugnano o cálice que lhe foi apresentado pela Federação belga dos Ciclos Católicos nas suas bodas de ouro episcopais como um dos vários presentes favoritos enviados em honra e gratidão para com Santa Filomena.
A sabedoria inerente em santidade como personificado nas vidas dos santos e beatos acima mencionados provê uma confirmação significativa dos decretos do Magistério ordinário que concedeu devoção eclesiástica pública à santa mártir. Merecedor de menção particular é o número significante de santos e beatos que participaram imediatamente na veneração de Filomena na mesma metade de século da descoberta dos seus restos sagrados, alguns antes de qualquer declaração a respeito da sua veneração pública ser emitida por Roma.
Processo de Canonização da Igreja
Note-se também a importância predominante da intervenção sobrenatural de milagres no processo de canonização da Igreja. Sem os milagres documentados, uma causa individual não avança tipicamente para além do estatuto de "Servo de Deus", até mesmo com extensas evidências históricas de uma vida terrestre de virtude heróica. A Igreja coloca a sua maior ênfase pela canonização, juntamente com uma base histórica essencial do testemunho de Deus da santidade do candidato pela manifestação de intercessões milagrosas pelas pessoas. Era então mais apropriado para Gregório XVI dar maior importância aos milagres documentados da intercessão de Filomena, do que à história da sua existência terrestre, para além da Igreja aprovar os critérios de estabelecimento histórico do seu martírio. A investigação presente no caso de Santa
Filomena deveria seguir os mesmos critérios do que os seguidos pelos Papas Gregório XVI, Bl. Pio IX, Leão XIII e S. Pio X.
om et amem
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